segunda-feira, 29 de junho de 2009

Sopa pro Azar

Dá até medo de escrever essa palavra.
Vai que ela resolva grudar em mim, né?
Hoje eu vi uns caras consertando alguma coisa em cima de um poste e lá estavam eles, pendurados naquele instrumento comprido e duvidoso chamado escada - bem ao lado do meu carro, de forma que eu teria a opção de passar por baixo dela ou dar a volta ao seu redor.
Bateu então a dúvida e uma fração de minha personalidade foi repensada: afinal, eu não sou mesmo supersticiosa? Será que nem um pouquinho?!
E só reforcei o que já sabia: "Não, nem um pouquinho, com toda certeza." Fui logo fazendo o percurso mais rápido por debaixo daquele aglomerado de pauzinhos (bem firmes, espero).
Não consigo ver numa escada indefesa, e até bastante funcional, sua capacidade de formular situações para que algo tão subjetivo como o azar entre em ação.
Na verdade, me perdoem, não fiz uma pesquisa sobre a superstição e sua origem, mas leigamente falando, digo que pra mim, azar se atrai passando por baixo de outras coisas e vivendo próximo a situações mais negras que os gatos mais negros do mundo juntos.
Para pegar um atalho rumo ao azar, se esquive das responsabilidades, desvie de verdades dolorosas e fuja de si o tempo todo - não tem erro, praticamente uma receita de bolo!
É esnobando problemas que se mergulha completamente neles; é evitando a vida que se vive o mais doloroso dela.
Estamos imersos num misto de azar e sorte.
Ora feliz, posso dizer que sou sortuda, a maior do mundo. Ora nefasta, me rendo ao azar e vivo tormentos.
A vida é uma cadeira de plástico curvilínea e escorregadia que nos obriga a vigiar nossas próprias posturas o tempo todo - que é pra não deslizar, pra não cair.
E ninguém pode manter a postura ereta por mim. É sempre um jogo do eu sozinho. Sou sempre eu com as minhas costelas.
Podemos lamentar e rir juntos (o que é ótimo e vive de bem com a sorte), mas sempre serei responsável pela minha cadeira.
E você pela sua.
O pobre do gato preto não tem nada a ver com nossas escolhas.
Aliás, ele é lindo, exótico, arisco. Um belo animal.
Portanto, tome tento à sua cadeira, por favor!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Irreal, de verdade.

Ontem, 8 homenzinhos engravatados resolveram que, para informar os acontecimentos do mundo para o Brasil inteiro, não é preciso estudar absolutamente nada além das pertinentes aulas do ensino médio talvez (para que, pelo menos, se conheça o alfabeto, eu acho. E claro, todas as mitocôndrias imprescindíveis para a formação de qualquer cidadão).
Ou nem isso, já que no ensino médio está cheio de estudantes que deveriam estar no primário, mas que graças à educação continuada, já estão prestes a poderem ser grandes jornalistas!

Alguns dizem que nada vai mudar. Que as grandes empresas de comunicação continuarão a exigir o alto nível intelectual de seus funcionários. Quanto às pequenas... Bom, as pequenas são uma outra história. Essas adorarão pagar quanto bem entenderem a qualquer cara boa pinta disposto a ganhar seus 5 minutinhos de fama, evidência e todo aquele glamour que não sei onde vêem no jornalismo. Tá bom, eu sei. Nas Fátimas e nos Williams. Ok.
Chega a ser caótico imaginar como ficarão as assessorias de imprensa do governo. Tios, primos, cachorros, vizinhos e amantes de nossos ilustres governantes ganhando de aniversário cargos recheados de status e salários super flexíveis.
Mas a questão é muito maior. É dolorosamente profunda. Como disse o jornalista e professor da área de comunicação social da Uniso, João Negrão, "Isso é um retrocesso. E justo quando a sociedade vive um período tão complexo."
Muito além do diploma e do dilema que o jornalista deve enfrentar, essa questão diz respeito ao rumo da sociedade e sua integridade, que já vive um momento delicadíssimo.
E por quem essa sociedade será norteada? Por quem ela vem sendo norteada agora?
O nível de tudo está precário. E essa medida é um símbolo do desinteresse estatal pela propagação da cultura, da ética e da educação no Brasil. Assumiu-se o interesse pela intensificação da alienação, do sono profundo, do desconhecimento de tudo por parte da população. Nem a preocupação de camuflar esse interesse se faz necessário mais.
Isso é grave.
É triste, mas nos indica também que seremos nós, através de ONG's, associações e movimentos populares que teremos que nos salvar desses porcos selvagens.
Tudo isso é uma fronta!
E agora foram mexer com a voz do país.
Daqui, debaixo dos deuses, diabos e etecéteras, teremos de gritar uns aos outros que só acordando e se unindo é que poderemos esperar qualquer mudança.
[Que soe piegas! A vida é piegas... é um clichê redundante e digno de pipoca.]
O principal é não esperar mais nada desse governo embreagado pela corrupção.
Nós devemos ser o poder e nós podemos ser esse poder.

ps.: quando foi anunciada essa tragédia social, eu comemorava meu primeiro rumo ao diploma de jornalismo: acontecia a apresentação da nossa monografia para a conclusão do curso.
Pro bem, pro mal, ou pra nada, fomos aprovados com A.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Agora!

Sem mais ter o que perder, me entreguei às letras e aqui vou eu.
Contra todas as probabilidades do tempo e enfrentando todas a intempéries do momento.
Sob toda nostalgia eufórica que não cansa de se perder em mim, escrevo.
Escrevo imaginando que não será suficiente, que não mais sei traduzir a minha mente.
Vou travando guerras comigo enquanto penso, enquanto escrevo e penso, enquanto vivo e não paro de pensar. Guerras mortas, vivas, imortais - constatação opaca da visão que premedito.
[eu e meus pensamentos, sempre nós - somente nós]
Quem é você que vive na minha cabeça? Que murmura temores, amores e dores?
Que insite em lembrar do tempo, que vive a ciscar o tempo como o ponteiro dos segundos?
Quem é você, nostalgia? E qual é a sua real intenção? Me enlouquecer? Me fazer sádica, cética, morna e oprimida?
Pois saia de mim, sua gosma indefinida.
Hoje eu sou vinho, amizade e belAs monografias!

[amigo
1. Que sente amizade por.
2. Que está em boas relações com outrem.
5. Pessoa à qual se está ligado por uma afeição recíproca]

segunda-feira, 1 de junho de 2009

eu suplico, tu suplicas, ele suplica, nós suplicamos, vós suplicais, eles suplicam



não sou de pedir essas coisas, mas o caso exige reflexão.

ctrl c e ctrl v, please.