quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Abstração de mim.

Quero um espaço entre os devaneios pra saber quem sou eu. Quero uma sacola vazia de consumo pra descobrir o que preciso. Quero uma TV carente de tela pra entender o que eu quero. Quero um jornal de letras borradas pra compreender o mundo. Quero uma vitrine lotada de espelho pra me ver de verdade. Quero o trânsito com buzinas mudas pra ouvir minha alma. Quero um semáforo incolor pra descarregar minhas cores. Quero a conta bancária repleta de ar que é pra eu entender o sentido. Quero um trabalho sem horário pra eu fugir sem aviso. Quero meu quarto sem chão que é pra eu construir estruturas. Quero meus pais livres de filhos pra eu conhecê-los a fundo. Quero a vida sem mim pra que eu corra pra vida.
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2 comentários:

Anônimo disse...

É dificil pensar como seriam as coisas se não houvessem tantas limitações que vão crescendo a nossa volta conforme os anos vão passando.

Gostei do texto!

josue mendonca disse...

gostei do semáfaro para descarregar as cores

abraço