quinta-feira, 18 de junho de 2009

Irreal, de verdade.

Ontem, 8 homenzinhos engravatados resolveram que, para informar os acontecimentos do mundo para o Brasil inteiro, não é preciso estudar absolutamente nada além das pertinentes aulas do ensino médio talvez (para que, pelo menos, se conheça o alfabeto, eu acho. E claro, todas as mitocôndrias imprescindíveis para a formação de qualquer cidadão).
Ou nem isso, já que no ensino médio está cheio de estudantes que deveriam estar no primário, mas que graças à educação continuada, já estão prestes a poderem ser grandes jornalistas!

Alguns dizem que nada vai mudar. Que as grandes empresas de comunicação continuarão a exigir o alto nível intelectual de seus funcionários. Quanto às pequenas... Bom, as pequenas são uma outra história. Essas adorarão pagar quanto bem entenderem a qualquer cara boa pinta disposto a ganhar seus 5 minutinhos de fama, evidência e todo aquele glamour que não sei onde vêem no jornalismo. Tá bom, eu sei. Nas Fátimas e nos Williams. Ok.
Chega a ser caótico imaginar como ficarão as assessorias de imprensa do governo. Tios, primos, cachorros, vizinhos e amantes de nossos ilustres governantes ganhando de aniversário cargos recheados de status e salários super flexíveis.
Mas a questão é muito maior. É dolorosamente profunda. Como disse o jornalista e professor da área de comunicação social da Uniso, João Negrão, "Isso é um retrocesso. E justo quando a sociedade vive um período tão complexo."
Muito além do diploma e do dilema que o jornalista deve enfrentar, essa questão diz respeito ao rumo da sociedade e sua integridade, que já vive um momento delicadíssimo.
E por quem essa sociedade será norteada? Por quem ela vem sendo norteada agora?
O nível de tudo está precário. E essa medida é um símbolo do desinteresse estatal pela propagação da cultura, da ética e da educação no Brasil. Assumiu-se o interesse pela intensificação da alienação, do sono profundo, do desconhecimento de tudo por parte da população. Nem a preocupação de camuflar esse interesse se faz necessário mais.
Isso é grave.
É triste, mas nos indica também que seremos nós, através de ONG's, associações e movimentos populares que teremos que nos salvar desses porcos selvagens.
Tudo isso é uma fronta!
E agora foram mexer com a voz do país.
Daqui, debaixo dos deuses, diabos e etecéteras, teremos de gritar uns aos outros que só acordando e se unindo é que poderemos esperar qualquer mudança.
[Que soe piegas! A vida é piegas... é um clichê redundante e digno de pipoca.]
O principal é não esperar mais nada desse governo embreagado pela corrupção.
Nós devemos ser o poder e nós podemos ser esse poder.

ps.: quando foi anunciada essa tragédia social, eu comemorava meu primeiro rumo ao diploma de jornalismo: acontecia a apresentação da nossa monografia para a conclusão do curso.
Pro bem, pro mal, ou pra nada, fomos aprovados com A.

2 comentários:

Ana Luz disse...

eu concordo com tudo!!
estamos nas trevas!!!
nossa profissão não vale nem uma moeda a mais!

=[

josue mendonca disse...

Lola,
usei uma frase sua no meu blog (com o devido crédito!!)

me inspirou
abração